É preocupante o grau de desmatamento que se encontra a Amazônia. Na velocidade em que evoluem as queimadas e o corte de árvores, mesmo com a sua redução nos últimos dois anos, já é possível afirmar (através de estudos do IPAM* e da WHRC*, por exemplo) que no final dessa década o clima predominante na floresta passará a ser mais seco, reduzindo a quantidade de chuvas, o que facilitará as queimadas naturais e consequentemente o aumento na emissão de gases causadores do efeito estufa. No Brasil, o desmatamento representa hoje aproximadamente 75% da emissão de gases que nosso país produz.
O problema vem sendo enfrentado de forma eficaz pelo governo nos últimos anos, que através de pesadas multas e de uma maior fiscalização, por meio do IBAMA, vem conseguindo reduzir de dois anos para cá a devastação das matas num valor considerável; 26.77% no Sul da Amazônia só em 2006, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar de ser um caso extramente complicado de tratar, pois confronta diretamente o modelo vigente de crescimento da economia, é preciso cuidar de forma mais intensa o problema. Para se ter noção da complexidade que certas medidas podem acarretar, foi constatado ainda este ano, por órgãos fiscalizadores federais e estaduais, que assentamentos oriundos da Reforma Agrária tem se constituído também num grave fator pró-desmatamento.
Por se tratar de algo que vai de encontro a tantos interesses, dos mais diversos setores produtivos da sociedade, as medidas necessárias para que se combata o atual processo enfrenta as mais variadas resistências.
Sendo a emissão de gases uma preocupação em escala mundial, não depende exclusivamente do Brasil para que esse quadro assustador de aquecimento da Terra se reverta. Portanto, é indispensável o registro, que em nosso país muita coisa ainda precisa ser feita para que o atual quadro melhore, e que seu papel não se limita apenas a medidas paliativas, mas de posições concretas que sirvam de exemplo aos demais países, onde muitas vezes são ignorados os efeitos devastadores que estão em jogo se não for tomada nenhuma medida urgente.
*IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
*WHRC - Woods Hole Research Center
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