Nossos representantes!?

Vez por outra assisto a TvCâmara e a TvSenado, diante de tantos discursos e apartes, parece que o nosso país anda muito bem e que estamos sendo legitimamente até bem representados; mas só parece. Esta semana, assistindo a um determinado canal de televisão, passava um programa no qual o debate girava em torno da crise aérea pela qual enfrentamos. Participavam três deputados: dois governistas e um oposicionista (também achei garapa “dois contra um”, mas o mediador se posicionou e equilibrou o bate-boca).

Tudo foi bem hilariante. Um dos governistas chegou a dizer que a prioridade número um do país seria resolver esses atrasos nos aeroportos; até que uma telespectadora ligou revoltada, afirmando que se passara mais de dois meses e ela não havia sido atendida em um hospital do SUS. Foi então que disparou para o deputado: "o que é mais urgente: resolver os problemas da saúde e educação, ou fazer todo um alarde, usando os holofotes da mídia, para evitar que uma maioria da classe média e alta não fique esperando sentadas, algumas horinhas, em um aeroporto?" A reação do deputado foi aquela de todo o político demagogo: afirmou que muitas pessoas menos favorecidas financeiramente também utilizavam esse meio de transporte e... blá blá blá...

Tudo nos leva a refletir quem são “nossos representantes”. Chegamos a um ponto cada vez mais critico, elegemos para falar por nós pessoas com comprometimentos penosos para a maioria do povo; geralmente, grandes fazendeiros ou industriais - e até temos verdadeira discriminação com os candidatos chamados “nanicos”(por terem poucos recursos financeiros), em época de eleição. Estamos colocando para representar a fome quem vive de barriga cheia; para representar a sede quem vira madrugadas derrubando garrafas de Whisky e trocando diariamente a água de suas piscinas. Isso está certo?

Até quando ficaremos chamando alguns políticos de bandidos, com as mãos cruzadas? Até quando ficaremos inertes diante da destruição do patrimônio público? Até quando vencerá o jingle eleitoral mais bonito e o candidato que tem mais carros nas carreatas? Nós, cidadãos comuns, até quando colocaremos para nos representar quem só vive dentro de carro blindado e andando de avião?
Obs: a telespectadora merece o reconhecimento de todos nós.

Esperança

Almejar o quase impossível é considerado por muitos uma atitude insana, outras pessoas preferem classificar de utopias tudo que não é fácil de conseguir. O que nos leva então a acreditar que se pode tornar real os sonhos? A esperança.

Somente a esperança não dá ouvidos a dúvida e nem aos obstáculos. Para ela acreditar é tudo, persistir é vencer e sonhar é viver.

Ao sonhar alimentamos a esperança. Ao acordar devemos caminhar junto com ela em busca do que se quer, pois do contrário é desistir de viver. Abandonar os sonhos é não ter esperança na vida, e neste caso a cada dia morremos um pouco.

Às vezes deixamos adormecer a ânsia pelo que buscamos, nesses momentos é necessário lembrar de que consiste nossa verdadeira felicidade, pois é dela que precisamos para uma existência plena.

LEMBRE-SE: A esperança não morre nos sonhos e para viver é preciso sonhar.

Morrer melhor: Insanidade capitalista!

As previsões climáticas para as próximas décadas não tem sido nem um pouco animadoras. Segundo os mais variados institutos de pesquisas em todo o mundo, caminhamos para uma completa catástrofe. Citam como fator principal a emissão de gases poluentes para a camada de ozônio.

Dentre as previsões algumas chamam mais atenção: o aumento da temperatura mundial previsto para esse século é de aproximadamente 4%, isso quando 2% já seriam suficientes para causar grandes estragos em nosso globo terrestre; no Brasil, por exemplo, boa parte do Nordeste deve se torna um deserto, tornando impróprio para habitação humana; outra previsão alarmante é que alguns dos dez maiores rios do mundo estão sob ameaça de secar, graças ao aquecimento previsto, assim como pela má utilização da água. Bem, o quadro acima não é nenhum pouco animador, e é porque deixei de citar, por exemplo, que até no Sul e Sudeste do Brasil passarão a ocorrer os temíveis tornados.

Num contexto como esse é natural que perguntemos: o que temos feito para evitar que isso ocorra? Alguns países têm buscado soluções, ainda que tímidas, mas que em longo prazo surtirão algum efeito(ex: parte da União Européia). O que mais surpreende (será?) é a postura da principal potência mundial, cujo mandatário maior, por convicção e pressão de seus compatriotas se nega a participar de qualquer ação que vise amenizar essa catastrófica previsão. Por quê? É simples, afeta diretamente os lucros das grandes empresas poluidoras que estão justamente instaladas em território norte-americano.

Nessas horas a humanidade assiste de mãos atadas a inércia de quem mais poderia contribuir para a busca de uma solução considerável; os EUA. O capitalismo se infiltrou de tal forma dentro de nós que pensamos de acordo com ele, e até chegamos algumas vezes a comprar a briga que não nos trás beneficio, mas é vendida como correta pelos meios de comunicação, majoritariamente controlados pelas grandes empresas capitalistas. Protestos até que ocorrem, mas não é suficiente para sensibilizar quem parece não ter preocupação com o futuro e só pensa no lucro que o presente pode oferecer.

Até que ponto chegará a ambição humana? A destruição beira a nossa Terra e mesmo assim “continuamos brigando por quem vai morrer melhor”, apesar de saber que poderíamos lutar contra o mal comum e sairmos todos vencedores.

A trave no olho

Acompanhamos nos últimos dias a guerra fratricida entre o arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto e lideranças da Igreja Universal do Reino de Deus. O motivo? As criticas proferidas pelo arcebispo condenando a mais nova sede da IURD em João Pessoa. Dom Aldo se diz contra a magnificência do templo e taxa os lideres da denominação de “mercantilistas da fé”.

Bem, de imediato podemos considerar o arcebispo correto. Não tem para quê ostentar luxo em meio a tanta desgraça que poderia ser amenizada com o mesmo dinheiro. Agora sejamos sensatos; de onde vem essa critica? De um representante da Igreja que construiu templos com ouro e pedras preciosas num passado não tão distante.

Até merece respeito a atitude nobre de Dom Aldo, mas consideremos que o mais prudente seria desferir essas criticas ao seu líder maior na hierarquia da Igreja Católica; o Papa. Ele mesmo que só pisa em tapete vermelho, e que quando visita um país os seus gastos se aproximam aos da construção de um grande templo. Nada contra o Papa, tenho muito respeito por ele, mas que essas atitudes em muito se distanciam da simplicidade do fundador do cristianismo.

Portanto, fica aqui uma sugestão, tanto aos lideres cristãos da IURD como aos da Igreja Católica: tentem investir mais com o que arrecadam nas carências humanas básicas dos servos; invistam menos em pedra e cal, e lembrem que a carne e o osso necessitam de cuidados bem mais urgentes e constantes.

No mais, um versículo bíblico: "Como é que vedes um argueiro no olho de vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? - Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa - me tirar um argueiro do teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? - Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois então, vede como podereis tirar o argueiro do olho de vosso irmão." (Mateus, cap VII, vv. 3 a 5)

Vencedor

Corpo da gente padece
Se for viver de lembrança.
E na vida o que se planta,
Se não colher apodrece.

E sequer pensar se ama -
Nossa memória que esquece -,
Tenta fazer-nos uma prece:
É coração que se engana!

E respirando paixões,
Eu quis amar e não pude -
São fantasias e ilusões,
Que só o real desilude!

Pois, dessa vez, eu não perdi
Para o mundo de amantes.
Lembrando que jamais venci...
Mas vivo! Melhor que antes...

Evaporou...

A visita do Presidente norte-americano George W. Bush ao Brasil trouxe pouca coisa de novidade. Pelo menos no que diz respeito a boas notícias, pois o que não piorou continuou na mesma.

Com seu aparato de segurança (até pequeno em relação ao pavor que o povo demonstra sentir por suas ações) impressionou mais que os possíveis frutos que essa visita poderia acarretar. Por sinal, os quilos de comida trazidos de fora, o engarrafamento gerado pela chegada de sua comitiva e a garagem reservada para seus cães foram os fatos que mais chamaram a atenção da mídia.

Trataram Bush como um pop star mais do que por ser um chefe de Estado. Vasculharam seu apartamento após sua saída e esqueceram de mostrar com mais ênfase o objetivo dessa “visita de cortesia”. O fato é que sua estadia em nosso continente teve como objetivo a estratégia de melhorar as relações políticas com alguns paises que estão sob influência continua do Presidente venezuelano Hugo Chavez.

Chavez que não é nem um pouco alheio as jogadas do Império Ianque, conseguiu chamar a atenção com os movimentos organizados em repúdio a visita de quem ele define como “Diabo”.

Com todo esse jogo de cena esquecemos as boas novidades que Bush não trouxe. Evaporou como um etanol.

Engatinhando pela vida

Como nos vem a vontade de voltar a ser criança; a enxergar o mundo como uma criança. Tudo é bem mais simples. Não entendemos quase nada do que se passa ao nosso redor: jogos, negociações, relacionamentos, classes sociais, etc. Apenas queremos brincar sem grande maldade. Acreditamos em tudo que é dito, até os nossos maiores sonhos se limitam a um pequeno lanche na pizzaria com a nossa família.

Como seria bom esquecer tanta mediocridade. Ajudaríamos mais uns aos outros sem cobrar nada em troca. Choraríamos ao ver algum colega nosso se machucar, e talvez se todo o mundo fosse criança de uma só vez, quando chorássemos Deus não deixaria que nada acontecesse de mal a nenhum de nós.

As namoradas, isso é lógico que teria que ter! E como seria bom se quando chorássemos o nosso bom Deus a devolvesse para perto de nós. Não existiria maldade, mas um amor do jeito que deve ser: sincero, transparente e totalmente voluntário.

Já imaginou as guerras? Não existiriam. No máximo puxaríamos o cabelo de nosso colega, mas nada que não fosse resolvido sem nenhum grande problema. Como seria melhor se todos fossem crianças! Quando não entendêssemos o que se passava diante de nossos olhos, então Deus nos traria conforto e entendimento.

Jesus disse na Bíblia: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Daí pode-se concluir o quão é feito de acordo com o coração de Deus essa etapa de nossas vidas. Acredito que é possível agir sem maldade, apenas pelo que manda nosso coração, e isso é a nossa verdadeira razão... a razão de viver!

Raymundo Asfora - 20 anos de saudade!


"Era como um manancial de águas correntes. Ninguem precisava se abaixar para beber da sua água, ela corria no nivel de todas as necessidades." (Asfora)
"Certa vez Raymundo Asfora proferiu uma sentença que só o homem que pensa, que sofre, que ri, que chora que pede, suplica, implora, diria coisa tão bela, ou debocharia dela fazendo a cena engraçada: a morte está enganada eu vou viver depois dela." (Ronaldo Cunha Lima)

Dieta involuntária

Estou meio que perdido,
Sempre triste, só lamento.
Agora só sobrevivo
De pão, água e sofrimento.

Abandonado, só respiro
O que deixaste de tormento.
Agora só sobrevivo
De pão, água e sofrimento.

Desarrumado, e sem destino
Vivo morrendo por dentro.
Agora só sobrevivo
De pão, água e sofrimento.

No chão, firme não piso.
Andar sozinho não agüento.
Agora só sobrevivo
De pão, água e sofrimento.

Dessa dieta desisto,
Que o coração ta morrendo.
Agora só sobrevivo
De pão, água e sofrimento.

Pesadelo: para acordar melhor


Sonho estranho. Covarde. Sonhar sabendo da impossibilidade; sim porque existem coisas impossíveis, pode ter certeza disso. Quando acordamos tudo se torna um pesadelo. Pura covardia.

Quem tem a chave dos sonhos? Se as tivesse trancaria todos, só deixaria os pesadelos serem processados, porque ai ao acordar sentiria um alivio e não ficaríamos sempre angustiados. Quando o que já foi real torna-se apenas uma ilusão é bem melhor não sonhar.

A realidade pede muitas vezes a fuga para os sonhos, e só se faz necessário ceder quando isso não compromete o retorno à realidade. Mas como controlar isso? Também não sei. Apenas tento projetar um mundo melhor, e menos covarde. Um mundo que valorize o real, a sinceridade, mas acima de tudo a coerência.

Acabei de acordar e fiz questão de escrever, porque entre o sonho virtual e o pesadelo real existe algo em comum; são apenas criações. Mas existem. Tanto que sinto a alegria e a angústia, a lágrima e o sorriso, a felicidade e a dor.

Que me deixem sonhar pela eternidade, ou que façam do meu pesadelo apenas uma ilusão rápida e passageira. Porque ter pesadelo tem sido um sonho para puder acordar melhor.