Campina: ontem, hoje e amanhã


Berço de grandes lideranças políticas e de um povo aguerrido e criativo, Campina Grande sempre se mostrou ousada por meio dos seus filhos. Hegemônica no cenário estadual, a Rainha da Borborema - via de regra - pauta os maiores debates na Paraíba, ditando nos pleitos a força de sua tendência preferida. Vêm sendo assim historicamente, há bem mais de 20 anos...

Aonde quero chegar? No exemplo da Campina de hoje, que se orgulha do passado distante, mas que pouco tem projetado um futuro diferenciado e promissor. Os administradores da nossa Capital do Trabalho, orgulhosos de fazer o básico, esquecem-se de mostrar uma perspectiva viável de desenvolvimento econômico. 

Onde está a Campina da Bolsa de Mercadorias, de Edvaldo do Ó, e do Maior São João do Mundo, de Ronaldo Cunha Lima? Cadê a Campina que é sede da reitoria da nossa Universidade Estadual e que detém a sede da Federação das Indústrias do Estado? Tem faltado ousadia a quem comanda os destinos do nosso povo, no sentindo de materializar a grandeza de espírito desta terra. 

Louvável foi a iniciativa da educadora Yara Macedo, em criar um portal (campinacrescecomvoce.org/) que busca catalisar as ideias dos conterrâneos, com o objetivo de vê-la verdadeiramente maior, porque grande ela já é. 

Tenho certeza que, na verdade, Dona Yara tem buscado bem mais do que isso. Ela anseia em resgatar o empreendedorismo de quem, em qualquer tempo, olhava adiante, usando o ontem para incrementar a sorte que sempre favorece aos audazes no amanhã – como diria Alexandre, o Grande. 

Portanto, é hora de nossas lideranças políticas pararem de se prenderem ao pretérito, como culpado de tudo o que não se vê. O que falta não está no passado, está no agora. Vamos lá! Vamos buscar fazer o horizonte neste instante de Campina – marca maior de quem sempre esteve à frente do seu tempo.

Determine a ação... e viva!


Ninguém vive sem um objetivo. A felicidade, gênero de várias espécies de sonhos, exige um sentido à vida. No entanto, nesse enredo, as especulações ganham espaço e, muitas vezes, geram frustrações. É que o objetivo demanda mais determinação que sonhos...

Sonhe... mas faça um projeto; Viva... e veja o sonho se realizar. Sem direção não chegaremos a lugar nenhum. Olhe para o futuro; do presente. A estrada é o meio, o sonho é o mapa e a determinação é o resto.

Falo em determinação porque ela não exclui o fracasso, nem muito menos os imprevistos verdadeiros. Mas é ela a semente do recomeçar na superação. É fonte de inesgotável querer e, por isso, sábia apreciadora de lições.

A determinação é a força que gera não só o primeiro passo, mas que – como um imã – nos atrai para o destino desejado. 

Entendamos que um sorriso não pode ser apenas um gesto facial, deve ser o atestado fiel do melhor caminho em si mesmo. Por isso, veja o tempo como oportunidade e o passado como um bom professor. A determinação te levará ao futuro que você quer, pois o que te distrai do teu sonho te afasta de ti mesmo. 

Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

PROJETO (Raymundo Asfora)

Eu quero a conclusão do inacabado
projeto da criatura. Quero o trinco
na porta, a luz na sala e, nesse afinco,
quero o jardim, o alpendre, o vôo ao lado

do céu campestre, o tempo carregado
de azul e frutos. Quero, enfim, o vinco
na calça, o amor na mesa, o som do zinco
com que suspendo a chuva no telhado!

Quero a face geométrica do passo
em falso, esse erro do equilíbrio, e a asa
subterrânea que o reabilite.

Quero plantar meu tempo neste espaço!
Como um homem constrói a sua casa,
construa-se a si mesmo e nele habite.

Raymundo Asfora

NOTA DO BLOG

Compartilho com vocês mais uma das escritas de Raymundo Asfora.
Dos sonetos feitos por vovô, este é um dos meus preferidos: sutil mas impactante... filosófico e belo!


De que lado você está?


Quando um projeto se consagra vencedor nas urnas, no caso da eleição majoritária, os parlamentares que defenderam tal norte são denominados de governistas. Da mesma forma, os que defenderam os projetos derrotados são considerados oposicionistas. Isso é básico, mas é por essa linha de raciocínio que quero refletir com vocês o quão deturpado está à atuação da nossa classe política.

A ausência de projetos consistentes permeia a totalidade das agremiações partidárias, o que reflete diretamente nos posicionamentos que saem do campo das ideias – pois muitas vezes inexistem para gerar um contraponto - e adentram no campo pessoal. Por isso, hoje em dia – via de regra -, não se condena determinada ação de um gestor público, se condena o gestor e ponto final. Para a oposição é tudo ou nada. Para os governistas, o que emana do poder executivo é como se fosse palavra bíblica para o cristão mais fervoroso. 

Mas o que deveria nortear a atuação parlamentar? Em minha opinião, o projeto partidário, e não o eleitoral – leia-se pessoal. Até porque é quase impossível dois projetos partidários serem totalmente antagônicos, o que demonstra que as votações no parlamento não deveriam revelar-se tão de cartas-marcadas. Para isso, é preciso trabalhar o projeto partidário que cada agremiação tem a oferecer a sociedade. 

É verdade que cada voto deve ser fundamentado ao eleitorado, do contrário a margem para a suspeita ficaria reforçada, mas é preciso quebrar o paradigma de que o parlamentar da oposição que votou com o governo é um traíra.

Os benefícios para a sociedade seriam inúmeros. Primeiro, vários projetos importantes não seriam retardados ou sepultados, prejudicando a todos por picuinhas que estão a margem do interesse da sociedade. Segundo, o debate qualitativo envolveria mais a sociedade, já que a mesma iria analisar visões distintas e reais, cobrando resultados e participando ativamente.

No dia em que tivermos uma política majoritariamente propositiva e impessoal, os tempos serão outros e bem melhores. Para isso, não é apenas necessária uma conscientização da classe política, mas sim uma conscientização do eleitor, na hora do voto. Pense bem. Que projeto você defende?

Campina Grande, 147 anos


Reconhecida como cidade no dia 11 de outubro de 1864, Campina Grande é celeiro de grandes marcos, do ciclo do algodão à realizadora da maior festa popular do país. A Rainha da Borborema encanta desde a sua localização geográfica à garra e determinação de quem nela vive..

Campina nasceu e se fez grande pelo pioneirismo do seu povo. Ousada, soube encontrar seu espaço em cada oportunidade. É referência em tecnologia, no esporte, no turismo, na indústria, na educação, na política e, ainda mais que tudo, na unidade do seu povo que vê no avanço dessa terra o caminho de si mesmo.

Hoje, Ela completa 147 anos de emancipação política, e já se nota em seu povo a inquietude de buscar mais para a Capital do Trabalho. Para uma cidade que sempre anseia tempos melhores, não basta o orgulho por seus feitos, é preciso vê-la à frente do seu tempo, se encontrando no futuro.

Esta cidade, irmã da madrugada, não dorme, porque é a responsável pelos sonhos dos seus filhos. É por isso que Campina nasceu na altitude da Serra da Borborema, porque é de lá que busca o horizonte de todos os que estão em seu berço.

Parabéns, Campina! Obrigado, Campina!! Te amamos, Rainha da Borborema!!!

O ciclo da Educação


Falar de uma nação próspera não é possível sem citar uma educação de qualidade. Uma coisa está intrinsecamente relacionada à outra. É dessa prioridade que produzimos ganhos reais em todas as demais áreas do desenvolvimento.

Dentro desse tema, muito se debate sobre o que deve receber mais atenção do poder público: seria o ensino básico mais importante que o superior ou o técnico, ou o inverso? Vejo que a discussão não deve ser por ai, cada etapa representa uma base para a seguinte, e com um aprofundamento diferenciado. Portanto, não devemos – nem podemos! – preterir nenhuma delas.

O ensino básico, que compreende o estudo inicial até o último ano do científico, deve ter a preocupação, além de ensinar os fundamentos básicos da formação, de identificar as aptidões de cada aluno e procurar, dentro desse contexto, estimular a busca pelo conhecimento de forma prazerosa. Pois é daí que vem o oxigênio de dar continuidade a qualificação de si mesmo.

Já o ensino técnico tem suma importância, pois se volta para o mercado de trabalho imediato, qualificando o profissional para a prática no manuseio de ferramentas que exigem maior complexidade, dentro de um período mais curto. Telecomunicações e radiologia são expoentes dessa etapa, que são indispensáveis para a engrenagem de uma sociedade mais produtiva e capacitada.

Do ensino superior, extraímos o debate que norteia os novos rumos que a evolução material e humana irá tomar. Fechando um ciclo onde a constante pesquisa e aprimoramento se fazem presentes, e que determinará o futuro desta e das etapas do conhecimento supracitadas.

É diante dessa interligação que devemos compreender a importância de uma nação mais prodigiosa em seus frutos. A saúde, a segurança, a geração de empregos e tudo o que move uma sociedade, passa por essa base, pois é daí que surge o planejamento do que nos rodeia. Sem estudar, o que quer que seja, teremos uma visão superficial que gerará resultados superficiais, e passaremos a vida inteira debatendo os efeitos, sem atentar que a causa é a nossa própria inércia.


Futuro (soneto)


É o destino do acaso
Construído em mutação.
A vida, encaminhando,
É desenho em construção...

É uma síntese do abstrato
Acontecimento humano,
Tracejo que vai errando
Num caminho quase exato.

Escrito no horizonte,
O eterno, por um instante,
é o agora já passado.

É o tudo que nos resta,
É o mundo que se apressa
Esperando ser talhado.



Transporte Público de qualidade, embarque na ideia!


Os engarrafamentos e a poluição permeiam as cidades de médio/grande porte em nosso país. Estimulado por uma ausência de política pública consistente, os transportes coletivos apenas servem de alternativa para os que estão impossibilitados de seguir por outro meio. Assim sendo, carros e motos superlotam as vias, causando poluição e atrasando a vida de todos, com problemas de saúde que afetam dos pulmões até o psicológico.

Em Campina Grande, a nossa querida Rainha da Borborema, o investimento no transporte integrado surtiu alguns efeitos positivos, no entanto, com o montante investido daria para tornar o transporte em massa bem mais eficiente. Aqui só existe um ponto de integração, ou seja, os passageiros devem se dirigir a um lugar da cidade – largo do Açude Novo -, se quiserem economizar e prezar pela segurança.

Onde está o equívoco e a má aplicação dos recursos públicos em nossa cidade? O grande problema foi no valor e no modelo da integração. A obra custou absurdos 6 milhões de reais e, ao contrário de outros modelos bem mais eficientes, centralizou o local da integração. Experiência bem mais sensata, e prática, foi aplicada aqui bem perto, em João Pessoa, onde a integração é feita através de um cartão que possibilita ao usuário pegar o coletivo em qualquer ponto de ônibus da cidade, poupando tempo e dinheiro, do povo e do erário público, já que um sistema assim não exige a exagerada quantidade em dinheiro vazada do patrimônio de todos.


É preciso repensar a forma de conduzir nossa política de transporte em massa. O Passe Livre, que busca dar gratuidade nos transportes coletivos, aos estudantes da rede pública de ensino, é uma ideia a ser discutida e posta em prática, pois ,além de tudo, possui viés sócio-educacional.

De todo modo, nem só de ônibus se resume o nosso transporte público.  Mototáxis, trens urbanos e a segurança da população se entrelaçam no sentido de proporcionar um sistema público de transporte realmente de qualidade.

Busquemos em lugares que lograram êxito, em seus transportes de massa, o rumo para produzir melhores resultados aqui. Em Toronto, no Canadá, a forma de pagamento, as placas de informações e a pontualidade são fortes estimulantes ao uso desse meio de locomoção.

E não vejo alto custo nisso, apenas é preciso otimizar o gasto, buscando custo-benefício real, ao invés de beleza arquitetônica. Uma central de informações seria de grande valia, monitorando, vinte e quatro horas do dia, as rotas dos transportes urbanos e transmitindo em painéis tais informações. Para isso basta boa vontade do agente público e uma mobilização da sociedade, no sentido de tomar partido nas decisões que lhe afetam o tempo inteiro.

É hora de pegar carona no bonde dos bons exemplos, refletindo e ponderando a forma de melhorar a nossa realidade. Transporte Público de qualidade, embarque nesse debate!

 
Saiba mais sobre o transporte público em Toronto, no Canadá:

 

SONETO DA EXISTÊNCIA


Em tudo, na existência,
É preciso ter cautela.
É nossa vida tão bela,
e feita pra paciência...

É provável que a ciência,
de tanto só estudar,
Se esqueça de “passear”
E conhecer a essência.

Tenho a certeza no peito,
Que pra manter o respeito
É preciso consciência,

Caráter e humildade,
Sorrir com sinceridade,
Relevando a aparência.

(IN)SEGURANÇA PÚBLICA

Segurança Pública é sem dúvidas um dos maiores gargalos do poder estatal na atualidade. O medo habita em cada residência e nos torna, cada dia mais, uma sociedade em eterno estado de alerta. PEC’s, PCCR’s e outras bandeiras de lutas são apontadas como soluções imediatas e de grande impacto, mas será que isso basta? Será que a insegurança se resume a insatisfação salarial?

A PEC 300, maior bandeira de luta dos policiais, certamente geraria maior estímulo e contribuiria muito para diminuir a corrupção e combater a criminalidade. No entanto, equipamentos e um serviço de inteligência mais eficaz, tornariam mais fáceis a vida da polícia e, na proporção inversa, complicaria a dos bandidos.

Importante lembrar também do efetivo que dispomos, pois não parece suficiente para, efetivamente, garantir um policiamento ostensivo e suprir a demanda crescente, tanto nos centros urbanos, como no meio rural. Viaturas e armamentos novos só são úteis quando tem alguém para manusear.


O serviço de inteligência, tão necessário, também deve passar pela integração com as comunidades. Pois não existe maior interessado numa sociedade mais segura do que as vítimas da insegurança. Colocar postos policiais nos bairros e aproximá-los dos moradores, nem que seja por telefone ou pela internet, proporciona ao Estado a capacidade de tornar mais ágil o combate ao crime.

No Ceará, existe a exitosa experiência do “Ronda Quarteirão”, onde as policias criam proximidade com as comunidades e agem numa parceria que tem diminuído os índices de violência naquele Estado.

Outro ponto, que acho interessante frisar, é a urgência de inverter o pânico gerado pelos constantes assaltos. Por exemplo, a polícia em áreas conhecidas como críticas poderia armar “arapucas” para atrair os bandidos contumazes. Mais ou menos assim: Coloquemos uma pessoa, com um celular de última geração, para andar por uma região conhecida pelos assaltos e aguardemos o “ataque”. Tomando essa medida algumas vezes na região, o pânico provavelmente inverteria o seu lado, e os assaltantes pensariam duas vezes antes de atacar um cidadão, suspeitando ser uma emboscada.

Claro que a sugestão dada anteriormente serve apenas para crimes mais simples, os mais complexos exigem táticas e operações avançadas, que passa pela estruturação do aparato policial.

A (in)segurança pública, além desse lado mais repressivo, deve ser pensada, principalmente, como parte de um todo, onde não se pode olvidar de mais investimentos na educação e na distribuição de renda.

Nos próximos artigos, exemplificaremos melhor o quanto todos os fatores estão interligados: segurança, saúde, e principalmente, distribuição de renda e investimentos sólidos na educação. Destacando que devem se envolver nesse problema de todos a União, os Estados e os Municípios.

A vida em sociedade é reflexo da complexidade do ser humano e o Estado deve buscar entender e suprir o que gera as consequências prejudiciais e benéficas, para a segurança de dias melhores.