União: política ou conjugal


Política envolve paixão e, assim sendo, foge bastante do campo da necessária racionalidade. A regra é essa, no entanto, existem as uniões/casamentos arranjados, em que a noiva ou o partido se veem forçados a formalizar um compromisso por circunstâncias alheias as suas vontades ou sentimentos.

Na Paraíba, temos vivenciado bastante esse tipo de tratamento, principalmente no que se refere as coligações político-partidárias. Várias siglas, como a menina que sofre imposição dos pais, tem partido para apoiar o grupo “A” ou “B” por determinação do que se acorda nas cúpulas partidárias. 

Como na vida de um casal, esse tipo de realidade também gera reflexos nas forçadas alianças feitas de última hora, mas recheadas e motivadas por interesses antigos – cultivando a semelhança política/relação conjugal, já que muitas vezes essas parcerias são sacramentadas a preço de ouro. 

Tal como no casamento arranjado, a aliança imposta gera um elo frágil e superficial, onde, não muito raro, se vive de aparências e com uma contagem regressiva, bastante anunciada, para o seu fim. É a receita para o fracasso, pois não empolga os nubentes. Além de facilitar e nutrir as traições.

O correto é ouvir o que clama as partes; se buscam o mesmo projeto, e, assim sendo, trabalhar nas diferenças motivado pelas semelhanças. O sucesso de uma aliança, política ou conjugal, depende muito da afinidade de pensamentos. Forçar o inconciliável é perder tempo, seja de vida ou de TV...

Eternidade














O eterno vive no sonho
De quem sente o infinito.
Tudo cabe em um segundo...
(Verdade; muito esquisito!)

O que o pensamento faz,
Revolto nos sentimentos,
É vida, na intensidade
De teias - que são momentos.

O bater do coração
É a luz na imensidão
De quem acha o seu caminho.

É o agora mais presente,
Registrando, eternamente, 
Um segundo de carinho.

O Maior São João do Mundo, sempre!


O Maior São João do Mundo é, sem dúvidas, o grande evento turístico da Paraíba e um dos maiores eventos populares do Brasil. Na economia local, se traduz no aquecimento do mercado em sua totalidade: rede hoteleira, restaurantes, comércio, etc. 

Em Campina, o orgulho de realizar tal festejo se mistura ao entusiasmo dos seus habitantes em participar do movimentado e rápido mês junino. Todavia, é preciso ampliar e fortalecer o evento, pois o seu diferencial sempre esteve no pioneirismo e na amplitude do formato. 

A festa de São João, acima de tudo por ter perfil cultural, é comum em todo o nordeste. Na Rainha da Borborema, especialmente, consolidou-se como referência para todo o país pela dimensão da festa e toda a estrutura que oferece. Tal realidade, no entanto, é a cada ano ameaçada pela proliferação de festejos com formatos semelhantes e, principalmente no nosso caso, pela falta de incentivo do Poder Público. 

Se falta ao governo estadual a liberação de recursos que financiem o evento, tem faltado a prefeitura a concepção de um projeto digno e amplo, que encare o nosso maior patrimônio turístico como realmente deve ser: expressão cultural, principal reforço para o comércio local e oportunidade de lazer para os que dela tem o direito de participar. 

É louvável a iniciativa da PMCG em investir numa melhor estruturação do Parque do Povo, casa maior da nossa festa. As críticas aos investimentos podem e devem ser ouvidas, mas jamais devem ignorar o que foi realizado. Mas, será “O Maior São João do Mundo” apenas isso? 

O Trem do Forró, o Salão de Artesanato, o Sítio São João e as quadrilhas juninas também fazem parte desse grande evento, e poderiam receber melhorias e incentivos que agregassem ainda mais valor a ele. 

O distrito de Galante, em especial, deve receber mais investimentos na estruturação da praça que recepciona o Trem do Forró – o que também serviria para os habitantes do distrito como equipamento de lazer e convívio o ano inteiro. 

As quadrilhas juninas precisam contar com um incentivo contundente, inclusive da iniciativa privada, envolvendo e estimulando os nossos habitantes no fortalecimento dessa cultura, que deságua no evento de junho. Neste caso, a mídia local também deveria ser chamada para dar a sua contribuição. 

O comércio deve ser “atiçado”, por meio de um programa de governo municipal, em parceira com o estadual, para apostar na ornamentação e reforçar o espírito junino da cidade: as melhores e mais criativas ornamentações receberiam isenções nos impostos municipais e estaduais, por exemplo. 

O leque de sugestões é amplo, e o debate deve ser posto, pois é obrigação nossa cuidar desse patrimônio; sugerindo, analisando e cobrando projetos e ideias; sempre buscando aprimorar o evento e ampliar a sua força. É o preço para se manter grande e se projetar maior – eterna matéria-prima do Maior São João do Mundo. Todos ganharemos com isso... 



A voz da prática

A arte da política é atraente, mas, ainda mais que isso, revela o perfil da democracia que temos e aponta a que queremos. O mais interessante, é que o resultado de nossas escolhas não são refletidos apenas na apuração das urnas, mas durante todo o processo que antecede a ela. 

O excesso de artimanhas, joguetes e fisiologismos partidários, exaustivamente explorados nos meios de comunicação, são os principais combustíveis para “incinerar” as novas e as renovadas apostas de mudança em nossa cultura política. 

Já reparou que a descrença estimula a manutenção do sistema falido que subsiste hoje? A desigualdade social, a insegurança, a baixa qualidade da nossa educação, etc; são reflexos diretos, mais do que dos votos, dos costumes e hábitos arraigados em nossa sociedade – tudo devidamente nutrido pela covarde acomodação que é imobilizada pela descrença. Somos, constantemente, treinados para achar tudo isso comum. 

Preste atenção em quem procura o seu voto. O discurso probo se coaduna com as práticas? Até que ponto a credibilidade de suas palavras merecem valor? Isso pode indicar, de maneira eficiente, o que está por trás da máscara produzida pelos publicitários. 

Aposto na prática, ecoada nos discursos, como antídoto para que possamos abranger novos e melhores horizontes. O tempo atestará se o caminho certo é esse escolhido. No entanto, os pequenos sinais, emitidos em todos os lugares, já reforçam que a direção é acertada. 

Acredito fielmente que podemos e vamos construir uma sociedade mais justa e igualitária, e, por isso mesmo, vislumbro na coerência, entre o discurso e a atitude, a oportunidade mais eficiente para que esse sonho, transbordante de esperanças, vire realidade.