Aos amigos de Campina!


Desde pequeno, como todo paraibano e campinense, respiro política. No colégio, nas praças, na universidade, no trabalho, aonde quer que cheguemos essa discussão faz parte das conversas rotineiras. É nossa tradição! Soma-se a isso minha origem de raízes políticas, e pronto, esse tipo de assunto exerce uma influência magnética sobre mim. É inerente ao meu ser defender idéias, contestá-las e sempre procurar aprimorá-las.

Talvez por carregar (com orgulho) o nome do meu avô paterno, que tem história e trabalho prestado, tenho recebido inúmeros convites de agremiações partidárias para concorrer numa possível eleição proporcional no próximo ano. Essas procuras me envaidecem e reforçam a crença que já possuo na vitoriosa passagem por essa terra do nosso inesquecível Raymundo Asfora. Esses convites só revelam a ânsia de alguns em resgatar a política feita com dignidade, compromisso e respeito à vontade do povo; marca maior de uns tempos remotos.

Muitos perguntam se tenho pretensão em disputar cargos eletivos, no que sempre respondo: “na hora certa, me sentindo preparado, não vejo porque negaria!”. Seria motivo de orgulho representar uma cidade comprometida com seu futuro, altaneira desde sua origem e politizada de berço.

Quem representava os bons costumes políticos, a lealdade ao povo e a audácia em falar mais alto no Congresso Nacional por nossa Paraíba, sabiamente profetizou: “a morte está enganada, eu vou viver depois dela!”. Por isso sempre terei como meta honrar os passos de quem nunca mudou de direção e que até os seus últimos dias “só libertava dos lábios, as palavras prisioneiras no coração”.

Campina, seu futuro é uma vaidade de cada filho teu, e Grande é a vontade de te ver ainda maior. Estou pronto para contribuir no que puder com esse crescimento!

Admitir o erro é o começo da solução

A dignidade parece ser muitas vezes objeto de auto-afirmação entre a maioria das pessoas. É difícil encontrar alguém que se veja desonesto, injusto ou incapaz. Quando um indivíduo tenta proclamar alguma atitude indigna, sempre vem acompanhado no discurso um viés de justiça com as próprias mãos. Temos dificuldade em admitir nossos erros!

A dificuldade encontrada para a maioria dos problemas no nosso dia-a-dia se origina dessa falsa opinião que tendemos a ter de nós mesmos. Quando não reconhecemos um problema nos furtamos a buscar uma solução, solidificando assim o erro e o atraso que obtemos graças à falta de autoconhecimento e excesso de egoísmo.

O assaltante de banco se diz vitima das mesmas circunstâncias que levam um homem pobre a roubar uma galinha. Existe semelhança no caso que justifique tal afirmativa? Uns diriam que não outros que sim, dependem muito de cada caso. Até em ocasião de um latrocínio o autor dos disparos diz ter matado em legitima defesa. Observamos que todos querem ser vitimas das circunstâncias, ninguém admite cometer coisas indignas!

Por vezes admitimos uma áurea sobrenatural a um amigo que passa num concurso para justificar a nossa falta de empenho que nos rendeu apenas o ônus da inscrição. É preciso reconhecer nossos erros e enfrentá-los na peregrinação em busca de uma solução.

Não admitir a existência de nossas falhas é o mesmo que negar nossos acertos, só que negando nossos acertos caminhamos para o melhor caminho sem saber, e ignorando nossos erros chegaremos em pouco tempo a beira de um penhasco, na mais otimista das previsões.

SAUDADE (Augusto dos Anjos)

Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.

À noite quando em funda soledade
Minh'alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.

E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,

Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.