A dignidade parece ser muitas vezes objeto de auto-afirmação entre a maioria das pessoas. É difícil encontrar alguém que se veja desonesto, injusto ou incapaz. Quando um indivíduo tenta proclamar alguma atitude indigna, sempre vem acompanhado no discurso um viés de justiça com as próprias mãos. Temos dificuldade em admitir nossos erros!
A dificuldade encontrada para a maioria dos problemas no nosso dia-a-dia se origina dessa falsa opinião que tendemos a ter de nós mesmos. Quando não reconhecemos um problema nos furtamos a buscar uma solução, solidificando assim o erro e o atraso que obtemos graças à falta de autoconhecimento e excesso de egoísmo.
O assaltante de banco se diz vitima das mesmas circunstâncias que levam um homem pobre a roubar uma galinha. Existe semelhança no caso que justifique tal afirmativa? Uns diriam que não outros que sim, dependem muito de cada caso. Até em ocasião de um latrocínio o autor dos disparos diz ter matado em legitima defesa. Observamos que todos querem ser vitimas das circunstâncias, ninguém admite cometer coisas indignas!
Por vezes admitimos uma áurea sobrenatural a um amigo que passa num concurso para justificar a nossa falta de empenho que nos rendeu apenas o ônus da inscrição. É preciso reconhecer nossos erros e enfrentá-los na peregrinação em busca de uma solução.
Não admitir a existência de nossas falhas é o mesmo que negar nossos acertos, só que negando nossos acertos caminhamos para o melhor caminho sem saber, e ignorando nossos erros chegaremos em pouco tempo a beira de um penhasco, na mais otimista das previsões.
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