Emprego e busca

A busca por emprego e renda é uma constante na vida de cada cidadão brasileiro. Qualificação e experiência são as muralhas mais conhecidas que separam o trabalhador de sua oportunidade de trabalho. Ambas são importantes e se complementam, mas a iniciativa de procurar um espaço é também indispensável.

Vemos todos os dias pessoas e mais pessoas se qualificando. São cursos de inglês, informática, espanhol, etc. Todavia, na hora de ser inserido no mercado de trabalho, o cidadão parece aguardar que as suas habilidades, recém adquiridas, venham a ser reconhecidas e passem a convoca-lo para as mais diversas empresas. Não é bem assim que a coisa funciona.

Cabe, na maioria das vezes, ao próprio trabalhador a iniciativa de correr atrás de uma oportunidade. Seja através da entrega de currículos diretamente as empresas ou por meio de serviços como o Sistema Nacional de Emprego.  Não adianta se qualificar e se esconder, é preciso tomar a iniciativa de divulgar os seus atributos e ser persistente.

Experiência se adquire com o tempo e, no caso do primeiro emprego, com um pouco de sacrifício e uma pitada de sorte. Importante ressaltar, entretanto, o que diria o velho Einstein: “toda vez que a sorte batia em minha porta, eu estava trabalhando”. Percebe-se que a permanente qualificação é primordial, mas deve ser acompanhada de uma busca incansável por oportunidades. Se qualifique e procure quem está querendo quadros qualificados.

A verdade é que, se não tornar público o seu potencial, de pouco valerá falar vários idiomas. No máximo, teremos um pedinte poliglota. Anuncie-se!

A majestade da Rainha e os seus filhos











O lançamento de grandes centros comerciais, como os recentes anúncios de shopping centers, mexem com o brio do cidadão campinense, fazendo com que sintamos ainda mais orgulho dos destinos da nossa Rainha da Borborema. Mas, em meio a tanto alvoroço, um questionamento me chamou a atenção: qual a relação que esses anúncios podem ter com a especulação no mercado imobiliário na cidade?

Pode ser coincidência, mas acende o sinal amarelo o fato de que por trás de vários desses anúncios estão os empreendedores da terra que possuem terrenos e construções próximas aos referidos “sonhos de consumo”.

Não há nada de mal em investir próximo as propriedades que se possui, afinal, agregar valor é uma lógica de mercado. Mas, e se os anúncios não passarem de uma boa jogada publicitária visando a imediata valorização das terras nos arredores? E se, de fato, apenas utilizarem os anseios de nosso povo para produzir mais riquezas para poucos?

Que Campina é uma cidade vaidosa não é novidade para ninguém. Acho até que isso lhe rende bons frutos, motivando a ousadia e a inventividade do nosso povo. Todavia, é preciso certa dose de compromisso nesses impulsos, pois os mesmos não podem ultrapassar a barreira da responsabilidade ética e social.

Portanto, diante do grande número de empreendimentos anunciados aos quatro cantos, não custa nada nutrir essa reflexão. Que a nossa Rainha amplie sua majestade e que o seu povo comemore conjuntamente os frutos desse reinado, sem ilusões ou jogadas rasteiras; do contrário, teríamos filhos explorando a própria mãe – sendo que esta ainda carrega nos braços muitos dos seus irmãos. 

Deficiência moral


Colocar-se no lugar dos outros é, indubitavelmente, a melhor maneira de evitar que cometamos injustiças. Esta máxima é também um princípio que deveria ser observado por todos nós. Digo isso porque é lamentável vê-la em desuso por algumas pessoas, como pude presenciar dia desses em um grande supermercado de nossa cidade.

No caixa reservado para gestantes, idosos e deficientes, um indivíduo, na faixa dos 35 anos e com saúde visivelmente boa, resolveu entrar na fila de quem deveria ter prioridade. O resultado é que um senhor, aparentemente em torno dos 70 anos, se postou logo atrás dele. Foi o suficiente para a caixa do supermercado alertar ao intruso que aquele atendimento era exclusivo para as pessoas especificadas na placa afixada logo acima de onde estava.

Na defensiva, o referido indivíduo foi logo afirmando em tom de ironia: “você sabe se eu não tenho nenhuma deficiência? - olhou para o senhor logo atrás e disparou – este senhor tem muito mais disposição do que eu!”. Diante do constrangimento, o homem de cabelos brancos apenas deu um sorriso tímido, como quem busca evitar de qualquer modo maior embaraço.

Logo começou um bate-boca, onde a caixa solicitou ao insensível cidadão que apresentasse algum documento que justificasse aquela prioridade no atendimento. Nada feito. O gerente foi chamado e mandou que se atendesse, logo, o “cliente de tempos”. Enquanto isso, a atendente, resignada, sussurrou: “já a segunda vez que ele faz isso”.

Diante do fato, pensei: o “penetra” talvez tivesse razão, ele possui, de fato, uma deficiência diagnosticada apenas pela observação de sua conduta. A sua deficiência é de caráter...