Digna direção, melhor educação!

Várias discussões são levantadas em nome dos investimentos na educação em todo o país, no entanto, essas pessoas sempre falam da precariedade das estruturas físicas como fator principal para as dificuldades enfrentadas pelo setor, esquecendo-se muitas vezes de um elemento indispensável para que se alcance êxito nos investimentos da área: a direção escolar. Dela sempre parte a maioria das decisões que determinam a boa ou a má utilização dos investimentos feitos.

Os diretores na maioria das escolas do país, principalmente nas pequenas cidades, são nomeados através da influência política de deputados que tem a região como base eleitoral. Eles escolhem algum professor que tenha votado e feito campanha para eles na ultima eleição, excluindo da lista os que de alguma forma declararam posição contrária, e sem nenhum outro critério, nomeiam essa pessoa para gerir a administração escolar, colocando o futuro de milhares de jovens e crianças nas mãos de quem digitou seu número na urna, mas que não tem como marca sequer um dígito de competência.
A incompetência para gerenciar a instituição fica patente e reflete diretamente na qualidade do ensino que é oferecido, formando implicações como: boletins que não são entregues em tempo hábil, deixando os pais desinformados sobre a situação dos filhos, portanto de mãos atadas para tomar qualquer providência ou fazer qualquer cobrança; professores faltando sem oferecer nenhuma justificativa plausível, e que ainda achando pouco a falta de compromisso com o trabalho enviam pessoas sem a devida capacitação para substituí-los, estes sendo prontamente aceitos pela direção; o apadrinhamento político também gera, entre outras coisas, a falta de respeito com os colegas de trabalho, onde por se julgarem superiores acham-se no direito de desrespeitar as regras e de cobrar o cumprimento das mesmas pelos seus comandados, produzindo irreversíveis intrigas, intensamente prejudiciais para um melhor desenvolvimento das atividades que necessitam da união entre ambos.

Foram muitas às vezes em que ouvi falar sobre educadores descompromissados com o patrimônio público, onde, por falta de uma maior fiscalização e talvez até de um mínimo de sensibilidade do próprio professor, levam os equipamentos enviados pelo governo para suas residências ou doam para conhecidos como se fosse propriedade particular, ficando os alunos sem nem ver o que lhe foi enviado como ferramenta para alcançar ao conhecimento, e os que cometem o delito sem nenhum tipo de punição. Basta conviver um pouco dentro de uma escola para se ter idéia do que quero dizer. Tudo isso fruto das irresponsáveis nomeações, que pouco ou nada possuem de compromisso em zelar pelo que é público.

Para a melhoria no setor educacional se faz necessário: extinção do apadrinhamento político, devendo os diretores serem eleitos através dos votos de seus pares; implementação de um salário digno para os professores; constante investimento na qualificação profissional e uma maior fiscalização dos bens públicos.

O aprimoramento do espaço físico e material é, sem dúvidas, importante para a estruturação do ensino, mas passa longe de ser a prioridade número um dentre tantas outras que necessitam de ações mais cuidadosas e urgentes. Diminua-se o investimento em pedra e cal e aumente-se o de carne e osso.

Um comentário:

  1. Anônimo4:44 PM

    Ray, você, no texto e no contexto, dignou-se agora a indicar, magistralmente, o Caminho Novo da Nova Direção.
    Como um pássaro que ensaia o vôo porque deseja no íntimo alado vencer o vento insistente que lhe tolhia o Destino... Por que razão então, Ray, a existência das nossas asas? A resistência das nossas asas!
    Por que razão, Ray, as nossas asas?!
    Surpresa! Nossas asas São... Deus!
    Uso o verbo com maiúsculas... Para lembrar que Ele é Verbo... Paradoxalmente eu uso o verbo. Porque, no final das contas, é o Verbo que me usa...Para te dar, hoje, o pão-nosso-de-cada-dia.

    "Tu és, Senhor, o Universo das minhas asas!" Raymundo Asfóra

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