Não é como antigamente, ta pior...

Criticar algumas músicas por seu teor pouco instrutivo na letra tem sido uma constante no meio “intelectual” em nossos dias, de fato as apologias que são feitas em muitas delas em nada contribuem para uma sociedade melhor. A partir dessa constatação, o que observamos em relação às criticas que são feitas? Quais seus efeitos mais concretos? É difícil admitirmos, mas isso tem entrado numa orelha e saído na outra de muita gente sem que nada se altere.

Um dia desses, como dificilmente faço atualmente, prestei atenção as letras das músicas de um show de forró, e nisso observei que quando não se fazia “culto” a bebida, tudo era direcionado para a prostituição (cabaré, putaria, etc). Que fique bem claro que não tenho nada contra esse gênero musical, muito pelo contrário, quem me conhece sabe da admiração que tenho por músicas de cantores como Flávio José, Luiz Gonzaga, Santana, entre tantos outros. Mas o que é de se lamentar é ver como no nordeste as letras estão se tornando cada vez mais apelativas, fenômeno que já vem ocorrendo no Brasil nas suas mais diversas regiões.

Nossa cultura nordestina passou bons tempos exportando músicas de qualidade, com grande valorização de nossos costumes e tradição, e de uns tempos pra cá, com raras exceções, tem recorrido ao vulgar, entrando na contramão de sucessos anteriores que se ergueram sobre os pilares do bom senso e da extrema qualidade na composição.

Ao que parece nos dias atuais a falta de compromisso com o futuro de nossa gente tem reinado entre muitos compositores, que por ignorância transparecem não reconhecer a influência que a música exerce sobre as pessoas. Não venham levantar suas bandeiras os “defensores dessa modernidade” justificando que o povo moldou os artistas dessa forma, e que esse é único caminho para se trilhar o sucesso. Conversa fiada!Ou então jamais teríamos como explicar o entusiasmo da multidão ao se deparar com canções antigas e que ainda são os standartes maiores de nossa região. O que alguns precisam é se enxergar com os olhos da responsabilidade que possuem.

As autoridades políticas também bem que poderiam deixar de se acovardar nesse tema e reconhecer a importância cultural que a música possui, procurando criar mecanismos mais contundentes no combate ao que denominamos “lixo musical”, seja através de campanhas ou até de limitações de horários como ocorre com os filmes pornográficos exibidos na TV aberta, pois o que algumas dessas letras expõem não deixa de ser pouco recomendadas para quem está em processo de construção de sua personalidade e formação intelectual.

Finalizando, faço das palavras do velho Luiz Gonzaga as minhas... “Nem que eu fique aqui dez anos, eu não me acostumo não...”

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