Foi um gesto do passado
De claro sabor escuro,
Tão grave, tão demorado,
Que me habitou no futuro.
Um gesto que, bem pensado,
Nele ainda me procuro.
Tão de repente! E esperado.
Tão sem alma! Mas tão puro.
Um gesto de quem se fende
Ao meio e assim, face a face,
Uma a outra não compreende.
Gesto de efêmero eterno.
De uma noite que hasteasse
Sombras no fogo do inferno.
Raymundo Asfora
NOTA DO BLOG
Dando sequência a publicação de sonetos do meu avô, Raymundo Asfora, brindo aos leitores com este belíssimo "gesto".
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